Parece que a “conta” das festas de fim de ano chegou, infelizmente! A cidade de Três Pontas (microrregião), como informou em primeira mão na última sexta-feira (15) o Conexão Três Pontas, regridiu para a Onda Vermelha do Programa Minas Consciente do Governo do Estado de Minas Gerais. A macrorregião sul que também engloba Três Pontas já estava na fase mais restritiva e agora a micro também entra devido ao aumento expressivo de casos positivados, ao crescimento do número de mortes e ainda por conta da lotação em todos os hospitais do Sul de Minas, incluindo a Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis de Três Pontas.

Na última sexta-feira a secretaria municipal de Saúde, Teresa Cristina Rabelo Correa falou com nossa reportagem sobre a atual situação do coronavírus em Três Pontas:

“O aumento expressivo nos números demonstram a irresponsabilidade de muitas pessoas no município diante da pandemia do coronavírus. Infelizmente o que estamos vendo hoje, duas semanas após o fim do ano, é o resultado das festas e aglomerações durante as festas de réveillon”. Ainda segundo Tereza Cristina soma-se a isto a maior testagem de pessoas que têm procurado fazer os exames tanto no Pronto Atendimento Municipal quanto nas farmácias e laboratórios particulares. “Isso é normal, se temos uma maior testagem consequentemente teremos um número mais elevado de positivados”, declarou.

Mas para a secretária municipal de Saúde, o fato mais relevante e que tem gerado muita preocupação é o índice de ocupação hospitalar na Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis. “Infelizmente o que mais nos preocupa vem acontecendo. Estamos com as enfermarias e a UTI completamente lotadas, situação que vem se repetindo em vários hospitais da região”, pontuou. Tereza Cristina disse também acreditar que nos próximos dias a situação possa começar a melhorar, com os casos desacelerando.

Onda Vermelha

Ainda na última sexta-feira (15) a secretária também afirmou que no dia seguinte, sábado, dia 16, a microrregião da qual Três Pontas faz parte regrediria para a Onda Vermelha, a mais restritiva do Programa Minas Consciente do Governo do Estado de Minas Gerais, o que foi confirmado. Isso implicará em novas determinações e restrições através do poder público municipal para conter o avanço do coronavirus. “Entramos na Onda Vermelha neste sábado e se tudo caminhar bem poderemos voltar para a Onda Amarela no dia 23. Isso em relação a microrregião, já que a macrorregião já se encontrava na Onda Vermelha”, afirmou.

A Prefeitura Municipal de Três Pontas publicou hoje em sua página oficial no facebook as recomendações sobre as novas restrições impostas pelo Governo de Minas Gerais e que cada municípío participante deve obrigatoriamente cumprir:

Atenção

Estamos na ONDA VERMELHA no Programa Minas Consciente do Estado de Minas Gerais. Veja abaixo os comércios essenciais que poderão funcionar:

Supermercados, padarias, lanchonetes, lojas de conveniência;

Restaurantes e bares (somente poderão funcionar delivery ou retirada no balcão);

Açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros;

Serviços de ambulantes de alimentação;

Farmácias, drogarias, lojas de cosméticos, lavanderias, pet shop;

Bancos, casas lotéricas, cooperativas de crédito;

Vigilância e segurança privada;

Serviços de reparo e manutenção;

Lojas de informática e aparelhos de comunicação;

Hotéis, motéis, campings, alojamentos e pensões;

Construção civil e obras de infraestrutura;

Comércio de veículos, peças e acessórios automotores;

Além de qualquer atividade que possa ser feita a distância, por delivery ou SEM A ENTRADA DOS CONSUMIDORES NOS ESTABELECIMENTOS.

Os comércios que desobedecerem poderão sofrer sanções como multa e até a perda do alvará de funcionamento.

Dentro das restrições impostas pela Onda Vermelha do Programa Minas Consciente, celebrações religiosas com a presença de público também deverão ser canceladas, como missas e cultos.

O Executivo Municipal concederá uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, a partir das 11 horas para trazer informações mais detalhadas sobre a nova situação de Três Pontas diante do coronavírus.

Importante destacar que toda e qualquer determinação de restrição ou flexibilização, abertura ou fechamento de determinado setor, entre outras ações são determinadas pelo Governo de Minas Gerais que orienta as cidades participantes a se enquadrarem, cumprirem as normas.

O que pode e o que não pode na Onda Vermelha?

O Comitê Extraordinário Covid-19 definiu, nesta quarta-feira (13/1), que a macrorregião Noroeste retornará para a onda amarela no plano Minas Consciente, fase que permite a abertura de alguns serviços considerados não essenciais, como bares (consumo no local) e salões de beleza.

O grupo também determinou a manutenção de outras dez regiões na onda vermelha, quando somente os serviços essenciais têm o funcionamento autorizado, como padarias, supermercados, farmácias e bancos. Apenas a macrorregião Triângulo Sul permanece na onda verde, com a permissão de funcionamento de atividades não essenciais com alto risco de contágio, como cinemas, parques e teatros.

Momento de precaução

Segundo o governador Romeu Zema, a decisão foi tomada após a constatação do crescimento do número de casos e óbitos pela doença no estado. Foi registrado aumento de 6,5% nos casos confirmados em relação à semana anterior e de 4,4% no número de óbitos nos últimos sete dias. Zema fez mais um apelo à população para a manutenção das medidas protetivas.

“Sei que todos já estão cansados de manterem estas restrições, de ficarem isolados, de usar máscara e manter o distanciamento social, mas nós precisamos deste esforço final. A vacina está começando a chegar. Peço encarecidamente à população que tome as medidas de precaução, porque os hospitais estão hoje com uma ocupação muito maior do que aquela que tivemos no primeiro pico da pandemia. Então todo o cuidado é recomendado”, reforçou o governador.

As regiões  Oeste, Centro, Jequitinhonha, Leste, ​Leste do Sul, Nordeste, Vale do Aço, Sudeste, Centro-Sul e Sul estão na onda vermelha, a mais restritiva do Minas Consciente, em que somente os serviços considerados essenciais são permitidos.