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Antes da minha abordagem, uma explicação necessária: A Faixa de Gaza é um território palestino composto por uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste e com Israel no leste e no norte. Tem uma área de 365 km², tendo sido fundada em 1949. Atualmente tem uma população de cerca de 2 milhões de habitantes. É um dos lugares do mundo que mais vive em guerra. Guerra santa, como chamam. Guerra por território entre Judeus e Palestinos.

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Pois bem. A Câmara Municipal de Três Pontas, que há pelo menos duas décadas vive momentos conturbados, brigas, jogos de interesse, conflitos pessoais e exemplos claros de total despreparo ou desinteresse para com a população por parte de muitos legisladores, virou zona de conflito em alta voltagem. E agora, nessa atual Câmara, eleita em outubro último e com a mão na massa desde ontem (05), os ânimos já se mostraram acirrados. Nervos a flor da pele, acusações, ofensas e nada de muito produtivo, pelo menos nessa primeira reunião.

A comparação com a Faixa de Gaza se deve ao clima tenso, um verdadeiro barril de pólvora. E ainda pelo cenário que se apresentou na primeira reunião. Um projeto muito polêmico apresentado queria a extinção da exigência da obrigatoriedade de Curso Superior para secretários de governo e o presidente da Câmara. Lei que foi aprovada em outubro de 2016, logo após as eleições.

Nos discursos sobre esse projeto alguns vereadores espumando pela boca e atacando de forma feroz com os olhos. Verdadeiros cães raivosos. O que eu questiono é se esses discursos realmente são honestos, em favor do macro, da coisa maior, do povo, da cidade, ou se fica restrito aos interesses pessoais e à defesa de seus grupos políticos e seus líderes. Difícil saber. Quem colocar a mão no fogo pode se queimar.

O fato é que a impressão causada na primeira reunião foi a pior possível. Vereadores mudos, outros falando bobagem, poucos pautados no conhecimento. E não estou falando de escolaridade e sim de interesse em ler, aprender, pesquisar, ser um bom vereador de fato e não apenas passar na contabilidade no final do mês para receber um polpudo salário que, aliás, deveria ser revisto.

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Teve de tudo nessa Faixa de Gaza que divide não apenas dois grupos políticos, mas divide os ganhos, as conquistas, as vitórias de nossa cidade. “Sua mãe não é homem!” “Seu pai é isso”, “Vai tomar caju”, “Vai a fruta que partiu”, etc. etc. etc. Claro que não com esses termos, pelo menos ontem, já que poucos se importam com o tal decoro. Mas é um tal de “você não fez isso”, “fulano não fez aquilo” e por aí a banda toca.

No meio desse contexto de guerra está quem? O povo, claro. Mas não só o povo. O presidente Luis Carlos da Silva, que prevê essa disputa durante todos os quatro próximos anos e que, obrigatoriamente, o colocará na função de voto de minerva, de fiel da balança, aquele que decide. E assim recairá erroneamente em seus ombros toda responsabilidade sobre alguma matéria. É o ônus do cargo.

Ontem, apesar de ser de oposição, Luizinho votou junto com a situação. Mas não será sempre assim. Dependendo da força do vento, a rede do presidente pode inclinar pra leste ou pra oeste. Já pensou se ele fosse corrupto? Hein? Poderia ficar rico, milionário. Poderia receber propostas escusas de vários lados para favorecer A ou B. E o povo?

AH! O povo? Claro, nunca fica em primeiro plano.

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O conflito está decretado, a Câmara segregada, desmembrada, dividida. Votantes que possivelmente votarão ao bel prazer dos interesses pessoais ou acatando ordens de superiores. Resultados que nem sempre agradarão o povo.

Felizmente a grande maioria desses vereadores se mostra, até aqui, comprometida com o bem comum. Um ou outro é que destoa…

Na Faixa de Gaza verdadeira muito sangue se derrama e vidas são ceifadas. Na Gaza da Câmara Municipal muitas amizades são perdidas, adversários viram inimigos mortais. É assim em toda política trespontana. Ninguém aceita estender a bandeira branca. Ninguém parece querer paz. Fala mais alto o ego, a vaidade, o EU e não o POVO!

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Mas cabe ao mesmo povo que os colocou lá ir cobrar. Viajar até a Faixa de Gaza, as vezes com faixas e cartazes, reivindicando seus direitos. Ficar alheio deixa o político intocável. Temos que desarmar os políticos das más intenções e nos armarmos de coragem e cobranças. Só assim teremos dias de paz.

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Roger Campos

Jornalista

(MTB 09816)

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