Dono de empresa de ônibus contesta versão e inocenta motorista.

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Os pais do jovem Washington Felipe Oliveira, que faleceu em decorrência de um acidente entre sua bicicleta e um micro-ônibus escolar, procuraram o Conexão Três Pontas na última sexta-feira (19) para desabafar, contar a versão deles sobre a colisão que acabou ceifando a vida do filho mais velho do casal, de apenas 20 anos de idade. Eles alegam que a culpa é do motorista do veículo automotor e se mostraram indignados com a situação. O pai de Washington, Helliton Régis de Oliveira, que é motorista de carreta, emocionado, falou:

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Os pais do jovem Washington procuraram nossa reportagem e falaram com exclusividade sobre a morte do filho de 20 anos.

“Meu filho estava descendo a rua do Sesi. Ele passou o pare. Mas tinha a primeira via depois do pare, passou a ponte e já na segunda via acabou sendo atingindo pelo veículo micro-ônibus de transporte escolar. Com a colisão, veio a quebrar o farol dianteiro e o pára-brisa do veículo. Não foi a lateral do ônibus, o que mostra que o ônibus atingiu meu filho na via. Vale lembrar que meu filho era um ciclista e sabemos que no trânsito todo ciclista equivale a um pedestre, portanto tem sempre a preferência.

Pela velocidade que o veículo estava é que meu filho veio a óbito. Ele (micro-ônibus) estava acima da velocidade permitida para a via. O acidente ocorreu por volta das 17 horas. A freada do veículo só se deu depois que ele atingiu meu filho. Não teve freada antes. É um micro-ônibus da Viação Santo Antônio.

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Dizem que o motorista parou o veículo depois da colisão e o SAMU foi chamado e levou meu filho. Depois não sei o que foi feito. Meu filho quebrou 4 arcos da coluna, perfurou o baço e o fígado, o que acabou ocasionando a sua morte. Ele chegou vivo no hospital mas não resistiu.

Era meu filho mais velho, meu braço direito. Com ele, são três filhos. Eu estava trabalhando no triângulo mineiro. Estava em Ituiutaba e tocou o telefone. Minha esposa falou que ele tinha sofrido um atropelamento e inicialmente não achamos que seria tão grave. Eu só consegui chegar no outro dia, quase sete horas da noite. Fiquei meia hora com meu filho e já o enterraram. Não o vi mais.

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Helliton mostrou emocionado o lugar no asfalto que ainda apresenta a mancha de sangue do filho Washington.

Além da dor da perda do meu filho, estamos indignados e revoltados com a postura da empresa que não nos procurou pra nada, pra dizer nada, enfim. Foi como se tivessem atropelado um cachorro. A empresa não prestou assistência nenhuma e nem nos procurou até o momento. Nós temos uma advogada que está dando início nessas papeladas de Dpvat, porque eu nunca passei por isso antes. Fomos pegos de surpresa e até agora nada por parte da empresa.

Até agora não sabemos como foi feita a perícia e estamos esperando o laudo. Se precisar a gente até gostaria de fazer uma nova perícia. Alguns falaram que ele (meu filho) avançou o pare, mas pelo que nós conhecemos do local, depois do pare, pra quem desce a rua do Sesi, term uma via, uma ponte e outra via. Então ali não somente o veículo está errado, mas também a Prefeitura, porque tinha que ter colocado redutor de velocidade no trecho. Tinha que ter radar ou coisa do tipo.

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Cruzamento onde ocorreu o acidente fatal.

Quero agradecer ao Conexão e dizer ao dono da empresa de ônibus que eu estou indignado. Eu nunca vi uma situação dessa, pela falta de respeito deles com nossa família e com meu filho. Eles não estão assumindo o que eles fizeram. Mesmo se estiverem com receio de ir na minha casa deveriam pelo menos enviar um representante para falar e fazer alguma coisa. Sem palavras”, desabafou o pai de Washington.

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“Além da dor da perda do meu filho, estamos indignados e revoltados com a postura da empresa que não nos procurou pra nada, pra dizer nada, enfim. Foi como se tivessem atropelado um cachorro. A empresa não prestou assistência nenhuma e nem nos procurou até o momento”, disseram os pais da vítima.

Versão da Empresa de Ônibus

Nossa reportagem conversou com o proprietário da empresa Viação Santo Antônio, Mauro Moraes da Silva. Ele negou que a culpa seja de seu motorista e falou também porque não procurou a família após o acidente e morte do jovem Washington:

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“Olha, nós estamos cientes da gravidade do acidente e também da tristeza pela morte desse jovem de apenas 20 anos de idade. Mas quero dizer que quanto a responsabilidade na colisão nós não tivemos culpa nenhuma. Tanto que várias testemunhas, pessoas que estavam malhando numa academia em frente o local do acidente, disseram que o motorista não estava errado e sim o ciclista que desceu em alta velocidade e com fones no ouvido. 

Quanto a não termos procurado a família do rapaz, quero dizer que nós fomos orientados pela Polícia Militar a não fazer isso num primeiro momento. Eu achei que a família fosse até me procurar, o que não ocorreu. O que eu posso fazer é direcionar a família com relação ao recebimento do Dpvat (Seguro Obrigatório) e estou a disposição caso a família queira me procurar”, pontuou.

O Caso

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Na tarde desta terça-feira (2), por volta das 17 horas, em Três Pontas, o jovem Washington Felipe Oliveira, conhecido popularmente como Washington Alemão, de apenas 20 anos de idade, que descia de bicicleta pelo Corredor da Espera; se envolveu numa colisão com um micro-ônibus escolar que seguia pela Rua Maria da Conceição Queirós Marinho .

Com a colisão o jovem foi atirado violentamente contra o solo vindo, segundo informações de testemunhas, a sofrer várias escoriações e fraturas pelo corpo e cortes na cabeça. Washington foi socorrido pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e pelos Anjos Socorristas Voluntários. Ele foi levado com vida ao Pronto Atendimento Municipal mas após dar entrada acabou falecendo.

A Polícia Militar registrou a ocorrência e a perícia da Polícia Civil de Varginha esteve no local realizando os trabalhos.

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