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No último domingo dia 17 de julho, uma mudança brusca de temperatura acabou ocasionando prejuízos para alguns produtores de café em Três Pontas e também em Santana da Vargem. O empresário Antônio Lúcio, proprietário da Terra Café, produtor há 15 anos, sofreu severas perdas e falou ao Conexão.

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“Os prejuízos que tive foram na fazenda Trocadeiro e Fazenda Ponte Alta em Santana da Vargem. A Fazenda Trocadeiro possui uma área de lavoura de quatro anos, lavouras novas, com aproximadamente noventa hectares. A geada foi verificada na madrugada de domingo pra segunda, onde eu recebi fotos de termômetro às seis horas da manhã onde a temperatura estava zero grau. E constatando que o café já estava com gelo nas folhas, onde a geada foi formada”, comentou.

Sobre o tamanho do prejuízo causado pela geada, Antônio Lúcio emendou:

“O meu prejuízo nesta propriedade, avaliado com Gps, que a geada atingiu, queimou o café em torno de trinta e três por cento, o que significa trinta hectares. Só o que a gente vê, estes cafés que não vão produzir café o ano que vem, a lavoura terá que se recuperar durante dois anos, para produzir café apenas em 2018. Apenas parte da lavoura que é um pouco mais alto não queimou. A própria friagem, prejudica traz um desequilíbrio fisiológico, e planta também reduz drasticamente a produção. Então não é só a planta afetada pela geada, mas sim os talhões que foram afetados pelo excesso de frio. Também vai haver uma queda na produção muito grande. Então as pessoas olham e falam na minha propriedade queimou cinco, dez por cento, mas o prejuízo é sempre o dobro disso”, ressaltou.

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O prejuízo de Antônio Lúcio é em torno de duas mil e quinhentas sacas de café. “Consideramos uma geada mais severa na Fazenda Trocadeiro, já na Fazenda Ponte Alta uma área menor, mas também com severidade, eram áreas novas, lavouras novas, brotas, então vai deixar de produzir em torno de duas mil e quinhentas sacas para o próximo ano. É um prejuízo muito grande. Sou um produtor recente, faz quinze anos que sou produtor, mas tá muito difícil trabalhar com a cafeicultura, porque em 2013 nos tivemos uma boa safra, mas os preços estavam abaixo de R$250,00 reais, e em 2014 tivemos uma seca e com isso teve uma má formação, a baixa “granação” dos grãos. Já em 2015 a safra foi prejudicada pela seca de 2014, onde não teve a florada adequada. Quando chegou 2015 para 2016, tivemos uma boa condição de chuva só que chegou o excesso de chuva fora de hora. Chegou junho choveu e o café foi todo pro chão. Então trinta a quarenta por cento da safra ficou no chão. Este café é difícil de recolher, fica caro e temos que vender a preços baixos, desvalorizado. Agora pra 2017 a safra já está prejudicada por causa da geada e o excesso de frio”, concluiu.

Também conversamos com o especialista Eduardo Chaves sobre o tema:

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“A geada é condição climática, de tempos em tempos, segundo as estatísticas em torno de dez em dez anos acontece uma geada forte na região. Isto é climático, a única prevenção que o produtor pode ter em relação a geada é não plantar o café em lugares baixos, porque são lugares passíveis de acontecer a geada. No entanto não tem muito o que se fazer. O que aconteceu com a geada desta semana, ela visualmente parecia não ser de grande porte e também as lavouras estavam num estado vegetativo bom, por causa das chuvas, estavam com folhas novas, então pegam uma queda de temperatura muito grande. De domingo pra segunda a gente não consegue avaliar os reais prejuízos, visualmente não foi um prejuízo muito grande, mas isto pode interferir nos pontos de crescimento pra próxima safra. É isto que está sendo avaliado agora. Então o prejuízo desta geada vai ser refletido na próxima safra porque a geada queima as folhas. Nesta colheita deste ano não interfere porque os grãos já estão sendo colhidos, os grãos já estão prontos”, explicou.

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