PROVEDOR MICHEL RENAN FALOU AO CONEXÃO SOBRE PARALISAÇÃO, DISSE QUE A ATUAL ADMINISTRAÇÃO ESTÁ ‘EM DIA’ COM OS MÉDICOS E COMENTOU A ENTREVISTA DO PREFEITO DR. LUIZ ROBERTO: “ESTOU DESAPONTADO”.
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais se reuniu na noite desta segunda-feira (10) na sede da Casa Unimed em Três Pontas, em assembleia, e acabou definindo que haverá uma paralisação na Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis. Os órgãos competentes, como o Ministério Público, já serão oficiados nesta terça-feira e conforme determina a lei, após 72 horas, cruzarão os braços.
O motivo segundo a categoria, além dos cinco meses de salário atrasados, seria a falta de equipamentos e utensílios básicos para a realização de diversos procedimentos, inclusive cirurgias.
Conforme determina a lei, a partir do próximo dia (14) somente os casos de urgência e emergência serão atendidos. Atendimentos pelo chamado SUS Fácil não serão aceitos e os pacientes terão que se deslocarem a outros hospitais da região.
Nada mudará no atendimento do PAM, que é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Três Pontas, embora, caso algum chegue no Pronto Atendimento Municipal e precise de internação o Município deverá encaminhar esse paciente para outras unidades.
O QUE DIZ A DIREÇÃO DO HOSPITAL
O Provedor Michel Renan Simão Castro procurou pela reportagem do Conexão Três Pontas na noite desta segunda-feira para prestar alguns esclarecimentos.
“A posição da diretoria sobre a entrevista do prefeito Dr. Luiz Roberto Dias ao Conexão deve ser dada em diversas partes. Primeiro, com relação aos neurocirurgiões, nós não sabíamos que eles iriam cessar o atendimento. Até sexta-feira estava tudo normal. Na quarta-feira passada estive com um desses médicos e até se falou na renovação do contrato.
Nós enviamos uma proposta de pagamento dos médicos ao Sindicato e não foi aceito. Enviaram uma contraproposta que não podemos pagar e assim estamos aguardando uma definição para o caso.
Sobre a ortopedia, quero dizer que somente essa especialidade não recebeu o mês de março. Todos os demais receberam, inclusive a parte de convênios. E nós acertaremos com os ortopedistas ainda esta semana.
Nós assumimos a provedoria no dia 26 de março de 2017. De lá pra cá se passaram 3 meses e todos esses meses de salários de médicos foram pagos. Então deixo claro que pela nossa gestão não existe atraso médico. O que realmente existe de atraso médico são os meses de novembro e dezembro de 2016 e ainda janeiro, fevereiro e março de 2017. Esse débito é referente à antiga provedoria. E com relação aos neurocirurgiões nós pagamos até um mês a mais. Pois, repito, assumimos no final de março e assim se começa a contar um mês a partir de abril. Mas nós também pagamos o salário de março, que foi deixado pela outra provedoria, aos neurocirurgiões. Ou seja, hoje os neurocirurgiões têm pra receber os meses de novembro a fevereiro referente a outra gestão do Hospital.
Sobre a paralisação dos médicos eu não os culpo por isso, pois quem trabalha precisa e tem o direito de receber seus salários. Mas quero deixar claro que não se deve imputar a culpa desses meses de atraso a nossa provedoria, isso não!
Nossa diretoria, a frente da Santa Casa não deixou de pagar uma única Aspirina sequer. Aliás, pra ser mais preciso na informação só estamos com pendência com a companhia de gás que estamos negociando o débito. Fora isso, a nossa gestão da Santa Casa não deve nada a ninguém!
Além de tudo isso, quero dizer ao Conexão que já pagamos 695 mil reais de contas referentes a gestão passada. Inclusive pagamos 260 mil reais referente a parte do 13º salário dos funcionários. Além de estarmos em dia, estamos pagando os débitos da gestão passada.
A subvenção que a Prefeitura paga, que é de 120 mil reais, realmente está em dia sim. Porém o Município tem um ‘extrapolamento’ de 70 mil reais por mês de atendimentos. Então se pegarmos essa conta, nós só estamos recebendo da Prefeitura 50 mil reais.
Eu estou sempre à disposição para dar todos os esclarecimentos. Eu estive hoje em Lavras em busca de benefícios para a Santa Casa e mal estou tendo tempo de almoçar. Estamos todos no mesmo barco.
Nos foi prometido pelo Estado há 20 dias atrás que seria pago para a Santa Casa o Pró-Hosp e mais a Rede de Urgência e Emergência, que são recursos vindos do governo de Minas. Esse valor era de 600 mil reais. Mas só vieram 205 mil, que deveriam chegar em abril.
Sobre o show eu entrei no estádio no sábado de manhã e saí a noite e o mesmo no domingo. Fiquei 20 horas lá. Estamos todos da diretoria trabalhando de graça, com a intenção de ajudar e caso alguém ache que pode fazer mais ou melhor, só nos procurar que nos curvamos e deixamos os cargos para que essa pessoa resolva os problemas.
Nós não estamos de braços cruzados. Já estive em Belo Horizonte três vezes e uma vez em Brasília. Sempre com dinheiro meu. O deputado Diego Andrade tem dado grande suporte e nos últimos dias o deputado Mário Henrique Caixa tem nos procurado. Mas se o Estado não nos pagar não teremos o que fazer. A prestação de contas está aberta, não tem segredo. O que precisamos é cortar gastos e consertar a bagunça que lá existe.
Sobre a fala do prefeito Luiz Roberto ao Conexão quando disse na entrevista que seria melhor repassar a subvenção aos médicos diretamente eu quero dizer que fiquei muito desapontado. Isso conota que nós não estamos tendo responsabilidade. Está lá aberta a contabilidade para quem quiser olhar.
O que os médicos não estão recebendo é Rede Urgência e Emergência que deveria ter sido paga pelo Estado. A subvenção é destinada a outras coisas e eu fiquei muito chateado com essa fala. Somos capacitados para gerir aquilo. Não estou criticando o prefeito, apenas fiquei desapontado. Estamos trabalhando de graça, fazendo um trabalho que é de responsabilidade da comunidade e ainda nos deparamos com esse posicionamento”, desabafou.
Curta a página do Conexão Três Pontas no facebook
www.facebook.com/conexaotrespontas
Roger Campos
Jornalista
(MTB 09816)