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  • Solitude – Gabriel Delfino

    Solitude – Gabriel Delfino

    No frio da madrugada, minha mente é um fio de espada.
    Na noite Calada, a linha de caderno se torna estrada.
    Na atmosfera densa, vem a solitude que se torna um estado de plenitude, que ao passar pela caneta quer se tornar virtude.
    Em tal estado de paz, nada há a me atordoar…
    Sinto o frio do ar, que de maneira peculiar vem me queimar.
    A lua está a brilhar, cães a uivar
    e eu… apenas a contemplar.
    Nesse estado de contemplação, observo o que chamam de criação.
    Se me perguntarem o que realmente aconteceu…
    Over-dose de niilismo

    Os nossos tempos de pandemia, no qual o afastamento e algumas vezes a solidão se faz necessária, me fez refletir acerca da solidão. Solidão, sentimento devastador, a percepção de que estamos sozinhos é realmente algo pavoroso, afinal, o homem é por natureza um “animal” social. O contato social se faz sempre necessário nos nossos cotidianos, seja desde pequenas e simples demonstrações de carinho e afeto até relações comerciais e políticas. Quando nos vemos obrigados a deixar o contato social de lado, temos a sensação de que algo está incompleto, é como se cada indivíduo fosse uma peça de um quebra cabeça cujo o sentido está no conjunto harmonioso de todas as peças.

    Este sentimento, a solidão pode se tornar algo bom? A resposta é sim. Quando vivenciada da maneira saudável, a solidão se torna solitude, sensação relativamente mórbida, mas também muito agradável. A solitude é a sensação de estar e ser completo em si e por si, sem a necessidade de outrem. A experiência de se alegrar e estar satisfeito apenas com sua própria companhia. Os momentos de solitude são os mais necessários no nosso atual cenário, e eles que nos fazem dar uma pausa para dedicar um tempo a nós mesmos e pegarmos o instrumento musical esquecido, tocarmos algumas notas ou alguns acordes, vemos que ainda sabemos tocar, e isso nos traz alegria, momentos em que tomamos uma taça de vinho e colocamos uma musica suave, e isto nos traz alegria, ou ainda momentos em que decidimos assistir um filme ou ler um livro no conforto de nossas casas e aquilo se torna um momento alegre e de paz.

    A solitude também pode trazer insights de inspiração e algumas catarses, o que pode nos levar a criação de algo novo, como a poesia que escrevi e coloquei no inicio deste artigo.

    Esta poesia se deu como um grito silencioso da solitude manifesta em minha experiência pessoal numa noite onde a minha mente se tornou turbulenta e afiada, o que indicava a necessidade de escrever e descrever tal sensação. Neste instante as linhas do caderno que iriam dar origem a tal poema pareciam uma estrada e cada verso escrito se tornava como parte do caminho que eu já tinha percorrido. Relato todas as experiências sensoriais de modo intenso como apenas a solitude pode ocasionar onde a paz se faz presente de um modo metafísico. Parece que nos momentos de silencio a lua se torna mais brilhosa e mais encantadora, e a criação, o mundo e por fim o universo se tornam maiores e mais belos quando nos distanciamos da correria do trabalho, do barulho constante e das festas, como se finalmente percebemos a real dimensão do que se passa despercebido em nossos cotidianos.

    Por fim o que a solitude me levou nestes versos e naquele instante? A sensação quase embriagante de um “niilismo de indivíduo”, como se eu fosse o único ser humano de toda a Terra e isso era bom. Que possamos aproveitar o cenário mundial para a introspecção e vivenciarmos a solitude, sabendo que somos as estrelas de nossas vidas, que mesmo sozinhas não deixam de brilhar, que a nossa luz, que tão tímida se manifesta apenas nesses momentos onde ninguém a vê venha à tona como a criação de novas idéias seja para o trabalho, para os relacionamentos ou até mesmo a arte e assim, para o futuro vindouro este brilho venha a encantar e cativar a todos. Fique na paz meu leitor, e com a esperança de que este é um momento de reclusão, mas que depois que tudo isto acabar, novas idéias surgirão para um novo cenário mundial, idéias que foram frutos da solitude.

    Gabriel Delfino é Estudante de Filosofia e apaixonado por espiritualidade, política e poesia.

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  • Exortação ao Pai Celestial – Gabriel Delfino

    Exortação ao Pai Celestial – Gabriel Delfino

    Bendito és Tu, oh Criação Incriada
    Recaia Sua graça sobre nós
    Pois nos prostramos diante de vós.

    Por Ti vivemos, e a Ti retornaremos
    Tu és o repouso nos seios de Abraão
    A paz no momento de tribulação
    Que a Sua luz habite meu coração.

    Tarde te amei, mas ainda te encontrei
    Feliz estou, pois estou diante do Rei
    Para anunciar sua glória é que viverei.

    Me maravilho com sua criação, e assim percebo sua ação.
    Tu és o Alfa e o Omega, o princípio e o fim,
    Que a sua vontade sempre seja feita sim.

    Seu Reino é vindouro, esta é a anunciação
    Purifique nossas mentes, nos traga a mansidão
    Me reconheço seu filho e quero viver como irmão,
    Que assim seja, vejo a glória em sua mão.

    Gabriel Delfino é Estudante de Filosofia e apaixonado por espiritualidade, política e poesia.

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  • Nietzsche, para além de tudo… – Gabriel Delfino

    Nietzsche, para além de tudo… – Gabriel Delfino

    Aos 16 anos tive meu primeiro contato com a filosofia de Friedrich Nietzsche, me impressionou como uma perspectiva que à princípio parece ser tão materialista, transcende a concepções materialistas tradicionais, metafísicas, e até mesmo com o niilismo trazendo uma nova visão sobre o homem e sobre o mundo, fazendo companhia junto à Schopenhauer com o que alguns vieram a chamar de “metafísica ateísta”. Após a leitura de Origem da Tragédia, Crepúsculo dos Ídolos, Além do Bem e do Mal, Assim Falava Zaratrusta e um pequeno livreto com a biografia de Nietzsche em HQ de Onfray Leroy fui acometido por insights que me levaram a escrever a seguinte poesia:

    Nietzsche
    Nas entrelinhas sou o estopim da Segunda Guerra,
    Sou Maldita alma que vagou sobre a Terra
    O Camelo é o homem no chão,
    O leão é aquele que saiu da prisão
    E a criança… o homem pleno, sereno, feliz e brincalhão
    É preciso trocar o homem pelo super-homem
    Pois o homem é vulgar e há quem tome o seu lugar
    Não sou nem frio e nem morno, e o corpo é apenas uma máquina para o Eterno Retorno
    O mundo se tornou ateu, Deus Morreu, e dizem que o culpado fui eu
    Sou pessimista e há quem me critique
    São muitas pesadas as verdades que eu disse
    Se me perguntarem quem sou…
    Meu nome é Nietzsche
    Não sou um homem, mas sim uma dinamite…

    À princípio, mesmo que parecendo apenas um jogo de palavras, até incompreensível, tal poema tem um poder de transformação na vida de todos os seres humanos. Na primeira estrofe remeto ao conceito que Nietzsche apresenta em sua obra como “vontade de potência”, conceito libertador, mas ao mesmo tempo perigoso, pois como o próprio nome já diz é uma perquirição das forças que movem o universo e as potencialidades da humanidade. Tal conceito pode ser extraviado e causar danos como uma “aristocracia de raça”, deturpação feita por Elisabeth Föster Nietzsche, irmã de Friedrich Nietzsche e amiga de Hitler que vinculou as idéias de seu irmão ao nazismo e ao anti-semitismo.

    Na realidade a realização da vontade de potência seria relativamente como o alcance do ápice de toda a capacidade do indivíduo, lutando pelo que acredita e tornando-se “senhor de si mesmo”, se há algum conceito aristocrático em Nietzsche que seja do a do indivíduo e dos povos, mas nunca de uma raça em específica, a “vontade de potência” é um convite à soberania das nações, não da sobreposição de uma sobre outra, pois grandes homens é que farão um grande país, independente das fronteiras e diferenças étnicas.

    Na segunda estrofe há a reflexão acerca do caminho do caminho solitário para a realização da vontade de potência observado em “Assim falava Zaratrusta” onde temos as analogias ao camelo, ao leão e a criança.

    O camelo seria como o “homem primordial” e por vezes grosseiro, fadado ao destino de carregar seus fardos sem a força de contestação e reivindicação dos seus direitos para o bem viver.

    Após esta fase o homem se encontra como o leão, despertou de sua condição como “mais um dentre o rebanho” e deseja mostrar para o mundo e seus algozes que também é um ser dotado de força e poder para conquistar o que bem entende, tem voz e não precisa mais das muletas que a ele foram oferecidas assim caminhando com seus próprios pés. Também renuncia aos sedativos de sua percepção e não nega mais à suas dores, mas sim as aceita e continua a lutar como um bravo guerreiro. Mas no estágio de leão há uma ilusão que é a do ego, o ressentimento do passado sofrido e a necessidade da afirmação de si.

    Assim, com o desenrolar dos véus da ilusão, o homem atinge seu ápice sendo como uma criança, como “um novo indivíduo”, livre dos ressentimentos do passado, sorridente e indo sempre adiante e portadora da esperança de um futuro melhor.

    Depois de passar por estes três estágios o homem transcende o estágio comum de humanidade alcançando assim o seu nível de “super-homem” (em alemão ubermensch).

    Na quarta estrofe aparece um conceito já muito antigo presente nas filosofias orientais que é o de Eterno Retorno, o conhecido ciclo de reencarnações, porém Nietzsche nos apresenta essa ideia sob uma ótica materialista onde nos traz a seguinte reflexão: Se a sua vida repetisse infinitas vezes, isto seria o seu inferno ou o seu céu terreno? Isto seria motivo de prazer ou de dor? Pressupondo que você está fadado à esta repetição eterna viva bem, viva intensamente, viva como o senhor de suas vontades pois esta é a única realidade possível.

    Juntamente já é abarcado a temática do ateísmo e da “morte de Deus”, reflexão que pode ser fragmentada sob duas perspectivas: A primeira é dependemos da religião mesmo para ser bons, ou de nós mesmo? Fazemos o que é certo porque é certo ou porque tememos o inferno? Isto não é uma afronta aos valores religiosos, antes o convite a uma nova moral e a ética dos homens do novo mundo.

    A segunda é a percepção de que a humanidade cada vez mais tem se extraviado dos caminhos da religião e de uma vida simples, vivendo cada vez mais pelo hedonismo e tecnicismo científico, a ciência por sua vez se tornou o novo artifício da fé. Sendo assim, não que Deus realmente tenha morrido, mas qual a atual a influência da crença dele em nossas vidas?

    Depois de todas essas reflexões, pensamos o quão pesadas elas são… seriamos nós capazes de nos livrar de toda ideia pré-concebidas, das dicotomias políticas como a dualidade esquerda-direita, e de nossas crenças limitantes para fazer um futuro glorioso?

    Caso a humanidade seja capaz de dar este salto vejo nas idéias de Nietzsche o caminho para edificar o mundo de homens-reis, mulheres-rainhas e o estopim de uma dinamite que eclodiria para o nascimento de uma sociedade triunfante. Por isso digo caros leitores: “Para frente, sempre mais alto! Esse mundo e a existência apenas serão suportáveis se trilharmos o caminho íngreme que leva às às alturas! – Friedrich Nietzsche”

    Gabriel Delfino é Estudante de Filosofia e apaixonado por espiritualidade, política e poesia.

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  • VIDA DE UM REBELDE – A poesia de Gabriel Delfino

    VIDA DE UM REBELDE – A poesia de Gabriel Delfino

    Minha linguagem é vulgar,
    O sistema tenta me dominar
    E muitas vezes o mundo parece acabar…
    Onde vou parar?

    Infelizmente, muitas vezes é morrer ou matar

    Desse mundo as vezes tento escapar,
    a minha mente começo a maquinar,
    minha respiração deixa de ofegar,
    e num mar de poesias começo a mergulhar

    Meu cigarro está a queimar…
    e no mar da arte começo a me afogar
    ao lembrar que devido a minha vida não tenho o direito de amar

     

    Gabriel Delfino é Estudante de Filosofia e apaixonado espiritualidade, política e poesia.

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