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Há tempos que Três Pontas deixou de ser aquela cidade serena, tranquila, com clima de interior, pacata, onde se deixava casas, portas e janelas abertas até durante a noite. Lembra quando se podia deixar a chave no contato e o carro aberto? Lembra quando se saia a noite sem medo e hora pra voltar? Pois é, precisamos rememorar, fazer um exercício e uma volta ao passado. Porque a realidade é bem diferente.

Hoje em dia Três Pontas se tornou uma cidade perigosa para se viver. Os trabalhadores, principalmente do comércio, exercem suas funções com medo e sempre a mercê dos bandidos. Quando um filho sai a noite os pais não refrescam a mente, não ficam sossegados e rezam pela volta sã e salva. Até na zona rural a coisa tá feia. Fazendas roubadas frequentemente.

O fato é que Três Pontas se tornou perigosa, assustadoramente entregue aos criminosos apesar das tentativas da PM e dos órgãos de segurança em zelar pelas pessoas e patrimônio. Mas essa mesma polícia que muitas vezes só chega quando os bandidos já ‘vazaram’, sofre com salários baixos, armas ridículas em comparação com os ladrões. Falta efetivo policial e vontade governamental.

A violência está aí, latente, sendo esfregada na nossa cara. A criminalidade em Três Pontas, assim como em todo país, está explodindo. Aqui, literalmente, afinal já até explodiram banco e dispararam de fuzil para o céu.

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E é no céu, apenas lá, que chegam os pedidos de segurança e paz por parte dos trespontanos. Só rezando pra se sentir um pouco mais protegido. Já que os homens da lei não estão vencendo os bandidos, o jeito é orar.

Pagar uma conta numa casa lotérica virou cenário de alto risco, uma espécie de Faixa de Gaza. Mas também está perigoso nos bares, nos supermercados, nas lojas e lojinhas. Nos grandes e nos pequenos.

Se Três Pontas tivesse o tamanho e a população de São Paulo seria mais perigosa e estatisticamente teria mais crimes computados que a capital paulista hoje em dia.

Será que a mudança na lei do armamento poderia resolver. Eu sou amplamente a favor que o cidadão de bem, sem passagem na polícia, com endereço e emprego fixo, maior de idade, possa ter e portar uma arma de fogo. Como diria um velho ditado ‘antes a mãe de um bandido chorando do que a de um trabalhador’.

Inadmissível essa situação. Roubam tanto, desviam tanto, escalpelam em demasia nosso país, sugam suas riquezas que não sobra para investir em segurança, além de outras áreas vitais, é claro.

Nós, trabalhadores, pessoas de bem, somos reféns, estamos presos. Enquanto isso os bandidos soltos fazem a festa, passam ‘o rodo geral’, tanto o do colarinho branco quanto o ‘nóia’. E quando um desses cai na cadeia, recebe mordomias, salário, etc, etc… Quando morre um dentro do sistema carcerário, aí aparece mãe, esposa e o indecente Direitos Humanos para defender o picareta. Mas se morre um policial ou um trabalhador, fica apenas na estatística. Nada além.

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A parte da população afetada diretamente pela violência é muito grande, maior do que se poderia imaginar. Nada menos do que um em cada cinco brasileiros que vivem nas cidades com mais de 15 mil habitantes foi vítima de uma ação criminosa no período de 12 meses. Agressão, sequestro, fraude, ofensas sexuais, discriminação, assassinato, estupro, furto e roubo. Ou então de acidente de trânsito. A porcentagem da população vítima desses vários tipos de ocorrência varia muito de Estado para Estado – de 46% no Amapá, o pior colocado, a 17% em Santa Catarina. Mas mesmo o índice deste último, o menos violento, ainda é alto. A situação dos mais ricos – São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, com 20,1% e 20% – é também ruim.

Não admira que 64,9% dos brasileiros manifestem o medo de ser assassinados e que a sensação de insegurança seja maior em cidades tão diferentes como Belém, Maceió, São Paulo e São Luís. E um sinal de que a população encara com pessimismo a evolução da situação é que para 60,3% das pessoas ouvidas a criminalidade piorou. Pessimismo que outros dados reforçam. Apenas 19,9% das vítimas procuram a polícia, ou seja, a grande maioria – 80,1% – prefere o silêncio. Isso quer dizer que, na verdade, os números sobre a criminalidade no País são ainda piores e, consequentemente, é maior a gravidade da situação.

O silêncio das vítimas – que também não é novidade – está diretamente ligado à falta de confiança na eficiência do aparelho policial. A relação da população com a polícia é ambígua. Por um lado, é elevado o índice de confiança na Polícia Militar (77,6%) como na Polícia Civil (79,1%). E 54,6% dos que procuram a polícia se declaram satisfeitos, mas por razões que pouco têm a ver com seu desempenho profissional – 23,2% atribuem a avaliação positiva ao atendimento cordial recebido e 24,2% à boa vontade para resolver o problema apresentado. Por outro lado, só 3,7% afirmam que o criminoso foi preso e 2,5% que foram informados do andamento da investigação.

Tratar bem os cidadãos é obrigação elementar dos servidores públicos, embora até pouco tempo atrás essa regra não recebesse a devida atenção da polícia.

Até as Polícias Civil e Militar, cuja desarticulação só favorece os bandidos, estão em frequente embate, discordância. Não falam a mesma língua.

Deixar de lado disputas político-partidárias é condição essencial para que essa ação conjunta se torne realidade. Isso não é nada fácil, mas os números indicam que a situação chegou a um ponto em que o interesse público tem de ser colocado acima de mesquinhas disputas de prestígio e poder. É o que certamente a população espera dos governantes.

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O que resta é rezar, ‘mais um bucadim’, como diz o mineiro. Agarrar na fé, porque não temos mais nada. Bem vindo a Terra da fé, do café e da Música (Se gritar pela ladrão…), bem vindo ao novo ‘velho oeste’, terra de gente que gosta de mamar nas tetas do poder sem poder oferecer ao povo o que se promete em campanha.

Mãos ao alto, é um assalto! Só mais um… Até amanhã, até o próximo…

 

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Roger Campos

Jornalista

(MTB 09816)

 

 

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