Os quatro elementos que incendiaram salas do Estadual Teodósio Bandeira ficaram 5 dias apreendidos e foram liberados no fim da tarde deste domingo

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Os quatro menores infratores, com idades entre 15 e 17 anos de idade, que foram acusados e confessaram ter ateado fogo na Escola Estadual Deputado Teodósio Bandeira, por “aventura” na última quarta-feira (25), foram apreendidos pela Polícia Militar e levados para o Presídio de Três Pontas em cela especial, conforme determina a lei, pelo prazo máximo de 5 dias. Mas como um local sócio educativo não foi disponibilizado ainda, eles foram liberados por volta das 19hs30min.

Nossa reportagem conversou com exclusividade com o diretor do Presídio de Três Pontas, Washington Borges, que explicou o que acontecerá agora:

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“Eles poderiam ficar numa unidade prisional por até 5 dias, não como presos e sim como internados. Após esse período eles deveriam ser transferidos para unidades sócio educativas. Em conformidade com o Artigo 185, Parágrafo 2 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Hoje domingo fechou o quinto dia, desde quarta até hoje domingo. Foram solicitadas em vagas desses menores em ambientes sócio educativos, mas ainda não foram disponibilizadas. Elas continuam sendo solicitadas, mesmo com eles em liberdade. E quando aparecer, a qualquer momento, eles serão apreendidos pela Polícia Militar e encaminhados.

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Também quero dizer aos seus leitores que a Polícia Militar está de olho e fará um acompanhamento periódico dos infratores. Eles não podem usar tornozeleiras por serem menores e nem algemados podem ser. Mas estão sob a atenção da polícia.

Infelizmente os locais estão super lotados, existem poucas unidades sócio educativas em Minas Gerais., Eles poderão ir pra Sete Lagoas ou Juiz de Fora quando a vaga aparecer, ou até em outra localidade”, explicou Washington.

O pedido foi feito pela promotoria e reiterado pelo juiz.

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Recebidos pelos familiares e amigos, muitos inclusive teriam feito festa, estourado foguetes e rojões, gritos de liberdade. Certamente em forma de deboche, uma tapa na cara da sociedade. E enquanto esses delinquentes estão soltos e já postando vários comentários nas redes sociais, os alunos estão “presos”. Presos na interrupção das aulas, presos na mudança de local das aulas ou de um calendário que será todo danificado. Presos na revolta e na indignação de toda uma população. Os prejuízos foram enormes. O maior atentado a uma escola em Minas Gerais. Um dos maiores patrimônios de Três Pontas foi atingido em seu coração. E quem pagará a conta? Enquanto os infratores comemoram a soltura, 1500 alunos continuam reféns da violência, do descaso, das leis absurdas que protegem os delinquentes juvenis.

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O Crime

Foi por volta das 03hs30min desta quarta-feira que quatro jovens, já conhecidos do meio policial, com idades entre 15 e 17 anos, entraram na escola pulando o muro do Campo do TAC. Ali, jogaram bola na quadra e segundo informações da Polícia Militar teriam resolvido invadir algumas salas, quando encontraram um vidro de álcool e iniciaram o incêndio de grandes proporções.

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O Conexão Três Pontas conversou com o Sargento Maxsuel e com outros militares, já que o efetivo nesse caso foi muito grande, para que lograssem êxito na identificação e captura dos mesmos.

“Durante a madrugada, por volta da 01hs30min, abordamos os quatro adolescentes na área central da cidade. E após serem qualificados foram liberados. Por volta das 02hs50min fomos acionados através do Disque 190 por transeuntes que passavam perto da escola. Em ato contínuo deslocamos até a escola, onde deparamos com parte da recepção em chamas e de imediato acionamos o Corpo de Bombeiros. Também compareceu ao local o funcionário Sebastião do SAAE, que também ajudou no combate as chamas que perdurou até às 08hs00. Após vermos as filmagens e já com as suspeitas dos indivíduos abordados anteriormente, deslocamos até as residências dos mesmos, que já são conhecidos do meio policial e os apreendemos, bem como as roupas utilizadas. Seus representantes legais acompanharam todo o desfecho do Reds/Boletim de Ocorrência”, explicou o militar.

O trabalho rápido e eficiente do grande efetivo da Polícia Militar ocasionou a identificação e apreensão dos menores infratores. A agilidade dos bombeiros e do servidor do Saae evitaram danos maiores à escola.

Os vândalos foram apresentados ao delegado em Varginha e encaminhados ao Presídio de Três Pontas, onde permanecerão por alguns dias, enquanto a promotoria busca encontrar uma casa para menores infratores. De acordo com o advogado criminalista Dr. Braguinha, a lei diz que menores infratores podem sim ser apreendidos em presídios, porém em celas separadas dos maiores, pelo prazo máximo de 5 dias.

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A Escola Estadual Deputado Teodósio Bandeira tem 64 anos de existência, antes denominada Ginásio São Luís. Abriga cerca de 100 funcionários e 1500 estudantes em três turnos, do primeiro e segundo graus.

Os prejuízos materiais serão avaliados nesta quinta-feira. Sabe-se que além de documentos, como históricos de milhares de alunos, foram perdidos, móveis e materiais escolares. A parte elétrica e hidráulica foi toda danificada. Engenheiros adiantaram que o prédio, por ser uma boa construção, não foi abalado.

Protesto

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Uma Missa dedicada ao Estadual foi realizada na tarde desta quarta-feira. E na manhã da quinta-feira houve uma grande passeata saindo às 8 horas do portão principal do colégio.

Não há previsão de volta das aulas.

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