VEREADOR TRESPONTANO, QUE QUASE MORREU POR CONTA DO CEROL, QUER LEVAR O ASSUNTO PARA DISCUSSÃO NA CÂMARA.

Com a chegada das férias escolares, combinada com o tempo seco típico da época, aumentam drasticamente o uso e os riscos de acidentes, inclusive fatais, envolvendo linhas com materiais cortantes, conhecidas como linha cerol e linha chilena. Campanhas em todo país tentam conscientizar a população, mas ainda alta informação e fiscalização. E, sendo assim, as mortes continuam acontecendo, lamentavelmente.

Só um alerta: quem solta pipa não é apenas criança, como se acredita inocentemente.

Em Três Pontas

A Polícia Militar de Três Pontas é frequentemente chamada para verificar várias denúncias de que adultos e menores de idade estariam soltando pipa com linhas contendo material cortante como cerol e a famosa linha chilena. Esses itens são proibidos e já causaram mortes e lesões gravíssimas em motoqueiros e ciclistas que tiveram seus pescoços cortados.

Por toda cidade são vistos com frequência em época de férias escolares pipas no céu e esse material que pode ser letal nas mãos de maiores e menores de idade.

Nossa reportagem foi procurada por alguns motociclistas que voltaram a denunciar o problema, se mostraram preocupados com os riscos, principalmente motoboys que andam de moto o dia todo correndo risco de serem vítimas dessas linhas cortantes.

O vereador e comerciante trespontano, Geraldo José Prado (Coelho), foi vítima dessas linhas cortantes e quase perdeu a vida. O Conexão noticiou naquela ocasião o desabafo do legislador:

“Eu estava passando de moto em frente a Praça das Lavadeiras, na Rua Sergipe, no Bairro Santa Edwirges, saindo da minha loja de conveniência para entregar uma caixa de cerveja na Rua São Paulo quando desci a rua e dei de cara com um menino de aproximadamente 10 anos de idade esticando a linha. Pegou de frente no meu pescoço. Eu freei mas não consegui evitar. Passei a mão e vi que estava saindo muito sangue. Quando eu perdi o controle da moto ela já estava parada. Eu sentei e um senhor que estava no local me socorreu juntamente com um primo meu que me levou para o Pronto Atendimento Municipal”, relatou.

Ainda conforme o comerciante, chegando ao Hospital foi prontamente atendido e acabou levando 18 pontos. “O médico falou que eu dei muita sorte e que eu poderia ter morrido. Ele falou que Deus me ajudou e que nem compensava eu ir atrás do menino, porque só de estar vivo já era muita sorte. E não foi a primeira vez. Há muitos anos uma outra linha com cerol me atingiu, mas por sorte pegou na moto e não me cortou. Isso foi no Bairro Ponte Alta. Pedimos para a Polícia Militar que fique de olho e tome as providências para coibir essa ação”, concluiu.

Agora, Coelho, em contato com o Conexão Três Pontas revelou que estará levando para a Câmara Municipal o tema para ser discutido e, mesmo havendo leis em esferas maiores, caso seja possível alguma ação do Poder Legislativo para garantir a segurança das pessoas contra esse uso indiscriminado de cerol e linha chilena, o fará. “Estou levando o tema para o jurídico da Câmara e estudaremos alguma forma de ampliar a fiscalização, as punições e dar mais segurança aos ciclistas e motociclistas”, ressaltou o vereador Coelho.

O que diz a Lei

A Polícia Militar informa que o uso do cerol é considerado crime penal capitulado nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. Em caso do uso do cerol por crianças ou adolescentes, estes podem ser apreendidos e encaminhados às autoridades competentes. Já o adulto que fizer uso do cerol será conduzido, junto ao material, até a autoridade judiciária, podendo até mesmo ser preso. Em Minas Gerais, a Lei Estadual nº 14.349 de 2002 prevê multa para os infratores, ficando esses sujeitos também a sanções cíveis e penais.

A lei que proíbe o uso de linha com cerol prevê multa de R$ 100 a R$ 1500 reais, com destinação do dinheiro para o Fundo para a Infância e Adolescência. Dezessete anos depois, ninguém conhece a legislação e muito menos a fiscalização.

Atualmente, tramita na Assembleia de Minas uma proposta, originalmente apresentada em 2013, para proibir o uso da linha chilena. Para muitos jovens, soltar pipa sem o cerol ou a linha chilena não tem graça.

“É difícil, mas se não for (o cerol) você vai perder o pipa”, disse um rapaz, que diz que já jamais passou por qualquer tipo de fiscalização.

”Vender ou expor a venda o cerol feito a base de pó de vidro ou ferro e, ainda a linha chilena também é crime!”

Balanço

Segundo a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), somente no ano passado foram registrados no Hospital Pronto Socorro João XXIII 35 casos de acidentes com linha de cerol até o dia 24 de julho, contra 32 no mesmo período do ano anterior. O mapa estatístico mostra que o número de ocorrências aumenta consideravelmente nos meses de janeiro, junho e julho.

Nas férias aumenta o perigo de ser cortado pelas linhas de pipa: conheça métodos e equipamentos que podem salvar sua vida

1) Coloque a antena em sua moto. É a sua vida e não existe nada mais fora de moda do que morrer degolado no século 21.

2) Nem todas as motos aceitam uma antena, por isso também pode-se recorrer a para-brisa — em especial nas motos custom ou nas grandes de uso misto. Além de evitar a linha, ajuda a manter a audição por mais tempo porque desvia o vento (e o barulho) da cabeça.

3) Se você não quer antena nem para-brisa, existe outra solução: os protetores de pescoço. Feitos de neoprene com vários cabos de aço por dentro, eles protegem se a linha chegar à região do pescoço. Uma dica: primeiro afivele o capacete, depois coloque o protetor. Não passe a cinta jugular por cima do neoprene porque esse material é deslizante.

4) Fique especialmente esperto em bairros periféricos. Para saber se uma região é mais “pipável”, olhe os fios da rede elétrica. Se estiverem cheios de rabiolas de pipa, fique atento.

5) Toda estrada perto de áreas urbanas é local perfeito para soltar pipas porque tem menos fios e bastante área livre. Até os canteiros centrais são usados livremente, bem na frente dos policiais rodoviários que, como já disseram, não podem (e não querem) fazer nada. Aliás, ninguém pode.

6) Cuidado especial em fins de semana e época de férias, quando a criançada está toda na rua.

7) Se estiver sem antena nem protetor de pescoço e perceber que o céu está cheio de pipas, fique próximo de um veículo alto (ônibus ou caminhão baú) para usá-lo como escudo. Mas não tão próximo… mantenha os dois segundos de distância.

8) Fique de olho se seus filhos, sobrinhos, vizinhos soltam pipas e faça sua parte: explique o perigo do uso de cerol. Muita criança também se corta gravemente apenas manipulando o material. E denuncie se descobrir alguém comercializando esse material.

Por ano, em média,

180 pessoas morrem vítimas de

linha com cerol no Brasil.

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Roger Campos

Jornalista

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